Ele deve, então, seguir para o palácio presidencial e encontrar o presidente da República Prokopis Pavlopoulos, antes de se reunir com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, e conceder na parte da tarde uma coletiva de imprensa
postado em 15/11/2016 08:41 / atualizado em 15/11/2016 08:48
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou nesta terça-feira em Atenas, a primeira etapa de sua última viagem oficial antes de deixar a Casa Branca, durante a qual vai tentar tranquilizar seus interlocutores após a surpreendente vitória de Donald Trump. O Air Force One, o avião presidencial, pousou pouco depois das 8h30 GMT (6h30 de Brasília) em Atenas, onde Obama, sorrindo, foi recebido pelo ministro da Defesa Panos Kammenos.
Ele deve, então, seguir para o palácio presidencial e encontrar o presidente da República Prokopis Pavlopoulos, antes de se reunir com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, e conceder na parte da tarde uma coletiva de imprensa.
O 44º presidente dos Estados Unidos provavelmente tinha imaginado um tom diferente para o que é também o seu giro de despedida da Europa depois de oito anos no poder. Mas Donald Trump estará na mente de todos. E com ele, uma cascata de perguntas sobre a direção que o futuro presidente pretende dar à América em muitas grandes questões internacionais: acordo sobre o clima, acordo sobre o programa nuclear iraniano... Durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira em Washington, Obama procurou tranquilizar o mundo.
Depois da Grécia, Obama vai visitar a Alemanha, onde se encontrará com a chanceler Angela Merkel. Durante esta escala em Berlim, também deve ver o presidente francês, François Hollande, a primeira-ministra britânica, Theresa May, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi. A viagem de Obama deve terminar no fim de semana no Peru, onde vai participar do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), onde espera conversar com o presidente chinês, Xi Jinping.
Em um dia bastante simbólico, o presidente americano deve visitar na quarta-feira a Acrópole e fazer um discurso sobre os desafios da globalização, no berço da democracia, uma ressonância particular frente ao surgimento de movimentos populistas em ambos os lados do Atlântico. Esta é a primeira viagem de Obama à Grécia. O último presidente dos Estados Unidos a visitar o país oficialmente foi Bill Clinton em 1999.
A visita de Obama "é construtiva, em muitos aspectos, ela vai ajudar a avançar na direção de uma solução viável e justa para a dívida grega", declarou o porta-voz do Governo grego, Dimitris Tzanakopoulos, em uma entrevista ao jornal pró-governamental Avghi. Ele ressaltou que a "visita ocorre em um período crucial", em meio à crise migratória e enquanto o Chipre continua dividido. 'Antes de tudo ele é americano'
Os atenienses parecem divididos sobre esta visita. "Vivemos com a esperança de que a visita traga algo de positivo para a Grécia e para a região", disse à AFP Spyros M., de 30 anos, um funcionário público. Ekaterini Tsarmoutzi, empregado no setor privado, mostrava-se dubitativo: "É simpático como pessoa, mas principalmente ele é americano, os gregos têm de aprender a confiar em sua própria força para resolver os seus problemas".
Christina Artinou, concierge, perguntava-se por que Obama visitava o seu país no final de mandato, e considerava que "seria bom que o novo presidente (Donald Trump) viesse visitar-nos". Sujeita a medidas de austeridade draconianas, a Grécia luta para emergir da recessão, apesar de uma melhora nas suas finanças. "Para que as reformas resultem em mudanças duráveis, as pessoas precisam de esperança", disse Obama em uma entrevista ao jornal grego Kathimerini.
Ele prometeu continuar a instar os credores da Grécia a "tomar as medidas necessárias, nomeadamente a redução da dívida, para que o país possa retornar ao crescimento econômico robusto". Se o FMI é da mesma linha que a administração americana, a pasta se depara com a intransigência da Alemanha e um progresso de curto prazo parece improvável.
O presidente americano também quer insistir sobre "a compaixão e generosidade" do povo para com os refugiados e migrantes. Manifestações anunciadas por sindicatos e partidos de extrema esquerda foram proibidas no centro da capital. Cerca de trinta escolas foram fechadas por "razões de segurança".
Por France Presse
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2016/11/15/interna_mundo,557269/apos-eleicao-de-trump-obama-visita-atenas-para-falar-sobre-democracia.shtml. Consulta em 15/11/2016
Resumo
- O presidente dos EUA, em visita à Grécia pela última vez como chefe de estado e de governo da maior potência mundial, não podia escolher tema mais propício para a visita ao berço da DEMOCRACIA, que falar sobre democracia.
- Seu objetivo é tentar tranquilizar o governo grego quanto à transição de seu governo para o do republicano Donald Trump. Obama foi eleito tendo sido candidato pelo Partido Democrata, o mesmo de Hillary Clinton, que disputou com Trump as eleições presidenciais desse ano.
- Ele pensava numa transição mais tranquila, mas com a vitória de Trump, o mundo se encontra apreensivo quanto a importantes questões que fervilham no cenário internacional da atualidade.
- Antes de viajar, Obama procurou tranquilizar o mundo em uma coletiva de imprensa, concedida ôntem.
- Depois da Grécia, Obama viaja para a Alemanha, França, Inglaterra e Peru, onde participa do Fórum da Asia-Pacific Economic Cooperation, APEC, onde pretende se encontrar e conversar com o presidente da China Xi Jinping.
- Na quarta-feira Obama deve discursar sobre Globalização na Acrópole, e falar sobre a repercussão sobre os movimentos populistas que ocorrem dos dois lados do Oceano Atlântico.
- O último presidente americano a visitar a Grécia foi Bill Clinton, em 1999.
- A visita de Obama deve ajudar na resolução de controvérsias relativas à divida grega. A visita ocorre em momento propício, enquanto o Chipre continua dividido.
- Os atenienses estão divididos, quanto às expectativas, em relação à visita, mas procuram se mostrar otimistas.
- A Grécia luta para emergir da recessão apesar de uma melhora nas suas finanças.
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