Pessoal vou fazer um pedido a vocês aqui.
Nós temos de parar de emitir opiniões nas redes sociais a partir da leitura de manchetes. Hoje todo mundo lê uma manchete e sai emitindo opiniões sobre o assunto. Todos querem opinar sobre a PEC do teto sem ler a PEC do teto, sobre o projeto de lei de abuso de autoridade sem ler o projeto etc.
As redes sociais surgiram para tornar as pessoas cada vez mais informadas e cultas, mas estão produzindo o efeito contrário. Hoje, como todos sentem-se no direito de emitir opiniões superficiais a partir da leitura de uma machete, o que há é uma completa desinformação das pessoas, ou seja, informações erradas que vão passando de usuário para usuário e se tornam "verdades". As redes sociais, em vez de informarem, estão muitas vezes desinformando.
Digo isso por conta das manifestações a respeito do STF ter autorizado a interrupção da gravidez até o terceiro mês. Essa informação é RIDÍCULA! O STF discutiu se os autores desse crime deviam continuar em prisão preventiva ou obter a liberdade provisória. SÓ ISSO! Era um Habeas Corpus (HC) pedindo revogação da preventiva (HC 124.306). E os ministros revogaram a preventiva por entender que não estão presentes seus requisitos. Nenhum ministro julgou o crime em si, que aliás, não foi julgado sequer pelas instâncias ordinárias ainda.
Jornalistas brasileiros não raramente interpretam erradamente as decisões judiciais e as publicam de forma totalmente equivocada. Isso porque hoje há jornalistas que não se dão ao trabalho nem mesmo de consultar um especialista sobre o assunto antes de publicar a matéria. Enfim, são tão equivocados quanto vocês que saem divulgando os absurdos que eles publicam.
Passemos a ter o mínimo de juízo crítico antes de emitir opinião sobre determinados assuntos. E esse mínimo de juízo crítico passa pelo óbvio trabalho de se inteirar antes do assunto para depois palpitar." - Silvio Maciel, professor de penal.
Confesso que também fui enganado pela forma sensacionalista como foi publicado o resultado do julgamento sobre o assunto, mas agradeço à irmã em Cristo Adriana Bueno, e ao professor Silvio Maciel pelos esclarecimentos.
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